segunda-feira, maio 23, 2011

Amante Liberto - J.R.Ward


"Nas sombras da noite em Caldwell, Nova York, a guerra explode entre vampiros e seus assassinos. Há uma Irmandade secreta, sem igual, formada por seis guerreiros vampiros, defensores de sua raça. O coração gelado de um predador será aquecido mesmo contra a sua vontade... Destemido e brilhante, Vishous, filho de Bloodletter, possui uma maldição destrutiva e a capacidade assustadora de prever o futuro. Criado no campo de guerra de seu pai, ele sofreu maus tratos e abusos físicos e psicológicos. Membro da Irmandade, ele não se interessa por amor nem emoção, apenas pela batalha com a Sociedade Redutora. Mas, quando uma lesão mortal faz com que fique sob os cuidados de uma cirurgiã humana, a Dra. Jane Whitcomb, ele é levado a revelar a dor que esconde e a experimentar o verdadeiro prazer de pela primeira vez... Até que o destino, que V. não escolheu, o leva para um futuro do qual Jane não faz parte."
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Bons amigos! Hola!
Como estão? Muito bem, espero.

Hoje seguiremos com o quinto volume da série "Irmandade da Adaga Negra". E se me fosse proposto resumi-lo em uma única palavra eu escolheria "chocante"
Eu fiquei com esse livro nas mãos por dois dias, e posso afirmar sem nenhum medo: eu fiquei completamente chocada.

Esclarecendo como sempre, eu não sou uma pessoa que é cheia de pudores. E é preciso pegar bem pesado comigo para me fazer sentir vergonha.
...
O quê?
Só por que não gosto de ler a palavra pênis por ai, não quer dizer que eu seja fresca. Eu apenas acho que não funciona. Quando você quer passar erotismo, deve fazê-lo sem a necessidade de ser vulgar. Vulgaridade cabe em filme pornô. E somente lá.
Mas que seja.

Em fim, em Amante Liberto - e que, após terminar de lê-lo, vejo que o titulo pode ser muito ambiguo - J.R.Ward não se importou nem um pouco, ou talvez seja mais exato dizer que ela não se importou nada, com o fato de que chocaria muita gente.

Primeiramente devo avisá-los de que esse é um livro muito pesado. No sentido de ter um conteúdo muito dificil de digerir. Pesa, mesmo.

Sexo, preconceito, homosexualidade, o psicológico de pessoas que sofreram abusos, torturas, expectativas.
Até coisas boas como o amor e a amizade mostram seus lados mais obscuros.

Amante Liberto se foca em Vishous, o mais inteligente dos Irmãos e provavelmente o mais amaldiçoado deles. Sua história é apenas de crueldade e selvageria e nunca conheceu outra coisa que não fosse a brutalidade. Tem tatuagens no antigo idioma no rosto, na mão direita e em sua pélvis que são avisos. Foram feitas por seu pai para que todos soubessem como Vishous era perigoso e como ninguem deveria se aproximar dele ou ajudá-lo.
Antes de entrar para a Irmandade, ele viveu uma vida nômade e trabalhou de assassino para sobreviver.
Depois de todos os abusos que sofreu, a vida ainda lhe reservou muito mais coisas do que ele merecia suportar. Vishous é completamente inocente e paga por coisas que ele não devia pagar. Mas mesmo depois de todo o horror que teve de suportar ele ainda conseguiu ser civilizado. Daria a vida por qualquer um dos irmãos. E preservou completamente sua capacidade de sentir, apesar de todos, menos Butch, o acharem frio e distante.

Eu vi alguma semelhança entre Vishous e Zsadist. Mas não consegui sentir por V. a mesma simpátia que sinto pelo Z. Não chorei com seus dramas e muito menos me conformei com o fim de sua história. No minimo foi patético e fiquei com a sensação de que J.R.Ward se aproveitou da história do guerreiro para divagar sobre suas próprias peversões.

Fiquei muitissimo triste com o volume, na verdade. Eu já sabia sobre os sentimentos de Vishous. E também sabia das preferências dele em relação ao sexo. Mas foi... péssimo, para dizer o minimo, ter que ler detalhes sobre tais preferencias.

Foi bastante inconcebivel ter que lidar com esse tipo de coisa e ver, que de alguma forma, ela encaminhou os outros irmãos para o mesmo caminho masoquista.

Eu não sou psicologa nem nada do tipo, mas ficar me convencendo o tempo todo que pessoas que sofreram maus tratos querem passar o resto da vida ligados a esse tipo de situação deixa meu espirito podre. Afinal, não há excessões?
Nenhuma delas quer passar o mais longe disso possivel?
Zsadist, neste volume, está tão... *-------------------------*
Eu babo o tempo inteiro ao ler sobre ele. Ele tem crescido tanto! Ver seu amadurecimento, sua força e o tamanho de sua gentileza faz com que eu me apegue a ele com todas as minhas forças! E é claro que em contrapartida eu odeio Phury com o mesmo entusiasmo.

Como é possivel gemeos serem tão diferente? Isso é engraçado, não é?

Eu amo Zsadist e não tenho nenhuma paciência com Phury. Por alguma razão ele também é o membro da Irmandade que é menos "perigoso". Sabe, no quesito "-Saia do caminho, ou esmago você como a uma formiga!". Ele é grande? Sim. Ele é um guerreiro letal. Mas é claro.

Mas a pose dele é de uma moça; Sempre que lemos a descrição de Phury é com relação a suas mãos elegantes, ou a seus cabelos extraórdinários. Ele é um cavalheiro celibatário!

Sem mais, meretissimo!

E o John?

Putz!

Ele é chato pra caramba! Tá, ele foi violado. E daí? Zsadist e Vishous também foram e nem por isso ficam agindo como dois fracotes. Eles são machos em todo o esplendor da palavra.

Tá.

Amante Liberto conseguiu me encher mais o saco do que Amante Revelado. E olha que em Amante Revelado eu tive que lidar com a Marissa.

Isso, fiquem chocados.

Mas não é um livro ruim, de maneira nenhuma. As irritações clássicas são facilmente ignoradas e a leitura flui muito bem como em qualquer livro da Ward. E é claro que não lermos o ponto de vista do Redutor Principal ajuda bastante e torna o livro muito mais divertido.

Acho que o ruim da história é que ela te deixa muito mal sem te dar nada em troca. Você recebe tudo na sua cara e não tem aquele momento de crescimento pessoal do personagem que te faz amá-lo para sempre. As atitudes dos personagens são horrivelmente obvias e o final é previsivel, mesmo com o choque que temos com o que acontece com Jane.

Aliás, as autoras precisam rever muito bem as personagens que chamam de gênios. Quando encontro com uma com esse rotulo, pessoalmente, me dá calafrios. Sempre são lentos e demoram para verem o obvio.

Isso deixa meus nervos em frangalhos.

Eu queria mais. Mas quem não quer mais das suas séries favoritas?
Por alguma razão, as shellans dos Irmãos tem ficado mais feias. Mais masculinas. Menos esculturais. Menos interessantes. As melhores são Beth e Bella, sem nenhuma dúvida.


Acho que J.R.Ward está tentando passar alguma lição e está falhando terrivelmente. Eu amo essa série e continuarei comprando nas pré-vendas e consumindo-os inteiros assim que chegam e coloco minhas mãos sobre eles. Mas acho que ela deveria ir com mais calma.

Eu vou dar nota 3. Por que não gostei de ter que ver tanta crueldade, por que o medidor do termostato caiu absurdamente, o que me faz pensar que vamos voltar a era do gelo e por que eu achei o final da Jane forçado e estúpido.

_____________Citação

"Dane-se o livre arbitrio, ela pensou. Contaria com o destino, por mais que machucasse a curto prazo. Porque o amor, em suas muitas formas, sempre durava. Era infinito. O eterno. O que sustentava. Ela não fazia idéia de quem ou o que era a Virgem Escriba. Não fazia idéia de onde esteve ou de como voltou. Mas tinha certeza de uma coisa.
- Você estava certo - ela disse abraçada a V.
- A respeito de quê?
- Eu acredito em Deus."
(Amante Liberto - p.504)

"[...] Ao passar o tempo, a natureza infinita de sua não existência foi como um manto de agulhas sobre ela, com mil pontos de dor e tristeza.
Não havia escapatória para ela, não havia paz, gentileza nem conforto. Ela estava como sempre estivera: sozinha no meio do mundo que criara."
(Amante Liberto - p.512)
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Matta ne! 

sexta-feira, maio 13, 2011

A Hospedeira - Stephenie Meyer

"Nosso planeta foi dominado por um inimigo que não pode ser detectado. Os humanos se tornaram hospedeiros dos invasores: suas mentes são extraídas, enquanto seus corpos permanecem intactos e prosseguem suas vidas aparentemente sem alteração. A maior parte da humanidade sucumbiu a tal processo. Quando Melanie, um dos humanos "selvagens" que ainda restam, é capturada, ela tem certeza de que será seu fim. Peregrina, a "alma" invasora designada para o corpo de Melanie, foi alertada sobre os desafios de viver dentro de um ser humano: as emoções irresistíveis, o excesso de sensações, a persistência das lembranças e das memórias vívidas. Mas há uma dificuldade que Peregrina não esperava: a antiga ocupante de seu corpo se recusa a desistir da posse de sua mente. Peregrina investiga os pensamentos de Melanie com o objetivo de descobrir o paradeiro dos remanescentes da resistência humana. Entretanto, Melanie ocupa a mente de sua invasora com visões do homem que ama: Jared, que continua a viver escondido. Incapaz de se separar dos desejos de seu corpo, Peregrina começa a se sentir intensamente atraída por alguém a quem foi submetida por uma espécie de exposição forçada. Quando os acontecimentos fazem de Melanie e Peregrina improváveis aliadas, elas partem em uma busca incerta e perigosa do homem que ambas amam."
Sinopse pelo Skoob.
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Hooooooray!

Gente, gente!
Dando uma breve descrição dos ultimos acontecimentos, eu tenho tido um certo azar com minhas escolhas para leitura. A muito tempo eu não lia três livros ao mesmo tempo. Costumo ler um de cada vez. Mas eu comecei a ler uma história que estava ruinzinha, decidi começar outro livro, a história também estava ruinzinha e assim eu terminei com três histórias ruins nas mãos.

Isso estava me frustando consideravelmente, por isso me afastei por um tempo das leituras. Tanto para não começar um quarto livro, quanto para jogar meu Pokemon White que tinha chegado fresquinho aqui em casa e estava clamando por mim.

Então após horas queimando meus neorônios no Nintendo DS, eis que me lanço novamente no meu vicio mais comum: ler.

Dos três livros começados e inacabados, eu me perguntei qual seria o mais... "tolerável" para eu me forçar a terminar no momento.

Não vou contar para vocês quais eram os outros dois. Não vem ao caso. Então, terminei com A Hospedeira novamente em mãos. Ontem. O livro foi concluido hoje.

*cornetas celestiais tocando no fundo*

Aí você me pergunta: - Como isso é possivel, Batman! Você estava falando ainda agora que você estava lendo três livros ruins e não conseguia terminar nenhum deles. E agora me diz que terminou um livro de 557 páginas em 24 horas?

WTF???

Explico.

Tudo, absolutamente tudo o que dizem sobre esse livro é verdade. Tudo. Tudinho. Sei que já disse isso mas é tudo mesmo.

A frase mais famosa sobre ele é: "- Ele começa meio devagar, super chatinho. Mas mais para frente melhora muito. Fica quase impossivel largar-lo."

Eu coloco meu selo de aprovação na frase. É verdade.

Para ser honesta, é uma frase até delicada demais. O começo do livro é uma verdadeira bosta. Para quem já se habituou com a escrita da Steph sabe que ela é excessivamente descritiva. Cansativa é a palavra certa para defini-la. Mas aqui houve certa necessidade. A autora nos apresenta um mundo completamente novo e precisa nos introduzir a ele de forma completa, para que possamos entender os acontecimentos de forma a não torná-los "matrix" demais.

É um livro que trata sobre uma invasão alienigena, lemos o ponto de vista da hospedeira de um corpo humano e aprendemos como essa nova espécie interage e reage as mais diversas situações do dia a dia.
Steph não deixou pontas soltas na história. Mas isso deixou o começo (precisamente as primeiras 200 páginas) muito massante.
Ela se redime, não se preocupem. Não se esqueçam que estamos falando da autora que escreveu a saga de Crepúsculo, que eu tenho orgulho de malhar por aqui, mas que também vendeu milhões de livros e para alcançar tal patamar alguma coisa tem que estar certa.

Eu falo sério. Pra ter vendido tanto, algo ela fez certo.

Temos aqui, novamente, um daqueles triangulos amorosos onde a mocinha parece gostar igualmente dos dois caras, maravilhosos ao seu modo, e você não encherga outra saida a não ser ela ficar com os dois.

Sou contra isso, mas não vou me delongar. Já falei sobre isso em vezes anteriores.

Mas nesse livros isso é muito justificavel. É aceitavel e natural devido as circunstâncias que ela ame dois caras ao mesmo tempo. Não vou dizer o por que disso. Vocês terão que ler para saber.

Não me olhe com essa cara, Freakazoid.

Mas explico um pouco mais. Um triangulo amoroso, que envolve quatro pessoas mas apenas três corpos. E não vou falar mais nada. Deduza a partir daí.
Bom, não colocaria esse livro da Steph no mesmo patamar de Crepúsculo. Não é um livro para adolescentes, mas também não é um livro completamente adulto. O importante aqui são os sentimentos sobre o certo e o errado, até onde você esta tirando a liberdade de alguem e o que é violência para você.
Eu vi mais profundidade nessa história e a achei mais madura do que muitos livros que descrevem relações sexuais e peversão.

É impossivel evitar uma abordagem adulta do livro, que é cheio de questões perturbadoras e delicadas. Por isso eu acho que muita gente não estará preparada para ele. Pessoas que nunca experimentaram esse tipo de relação humana e que não olha para dentro de si com muita frequencia.
Acredito que esse livro seja muito mais especial para pessoas que são cheias de perguntas.



Ta bom, chega. Tô ficando muito mais profunda que o necessário.

Eu chorei bastante lendo-o. Fiquei triste de verdade com algumas passagens. Foi um choro muito dolorido, daqueles que você sente queimação na garganta e no peito. Uma das coisas boas no excesso de descrição da Steph é te passar as emoções com força. Ela busca aquilo que vai fazer você sentir-se da mesma forma, ou pelo menos entender a motivação daquele personagem por isso o que ele sente marca você. Foi um aprendizado em cada página. Principalmente por que a protagonista, a Peregrina, é maravilhosa.

É, pasmem, a protagonista criada por Stephenie Meyer é maravilhosa!

Poxa vida, vocês tem que ler para acreditar em mim. Ele é forte, humilde, completamente abnegada e capaz de um amor tão grande e forte, que faz com que ela vire as costas para todos os seus iguais em nome desse amor imenso que ela carrega dentro de si.

Não falo só do amor romântico. Dele também! Mas falo de um amor que é maior, muito maior.

É claro que a protagonista é uma alienigena e isso justifica bem qualquer atitude tola que ela toma e por isso é imediatamente perdoada. E, por incrivel que pareça, ela não toma quase nenhuma atitude tola.

\o/

Eu sei Steph. Bella Swan foi um erro. Você está perdoada.

Eu me apaixonei pelo Ian. Não sei vocês, mas não vi nenhuma razão efetiva em Jared para torná-lo tão... imperdível. E depois que percebi que Jared era 20 mais velho que Malanie eu, bem, brochei.

Nada contra diferenças de idade. Só acho que não encaixou bem para mim. Ficou estranho.

Toda a sensação de sufocamento, perseguição e a tensão de ser descoberto e apanhado e não possuir um futuro por causa do menor deslize te assombra das margens de cada página virada e te deixa com uma sensação de que "a qualquer momento agora" incrivel durante toda a história.

E os capitulos finais são lindos. Eu me emocionei muito.

Não quero falar muito dos personagens por que me envolvi demais com a história e não serei imparcial. Mas são todos muito complexos e você sente com força quando algo acontece com qualquer um deles.
É um livro surpreendente. De verdade. E Steph o conclui de uma forma que da a entender que é possivel toda uma continuação e até mesmo uma série em torno desse novo mundo.

Eu gostaria.

Recomendo muito. Muito mesmo. Eu achei muito dificil acreditar que eu acabaria gostando dele no começo enquanto eu o lia, mas vou reforçar a fileira dos que dizem "-Não desista!". Me sinto feliz de ter tido a oportunidade de lê-lo.

É uma pérola da minha coleção e acreditam que ele me saiu pela barganha de R$8,90. Surpreendente como a sorte acontece as vezes, né?
E, só para saberem, estou tentando terminar de lê-lo desde o começo de dezembro de 2010. Antes da criação do blog.
E só ontem consegui passar da página 200. Engraçado como as coisas acontecem!

P.s.: Não consegui nem imaginar as coisas que a Peregrina fala sobre os outros mundos. Estranhos demais até para minha imaginação.

O_o

__________Citação

"Era justo Ian sofrer? Se alguém merecia a felicidade, era ele. Não era justo, nem certo, nem sequer... sadio. Como eu podia fazer aquilo com ele?

- Eu te amo - sussurrei.

- Não diga isso como se estivesse dizendo adeus.

Mas eu tinha de fazê-lo.

- Eu, a alma chamada Peregrina, amo você, humano Ian. E isso nunca vai mudar, não importa o que possa acontecer. - Eu formulei aquelas frases com cuidado, para não haver mentira na minha voz. - Fosse eu um Golfinho, um Urso ou uma Flor, pouco importaria. Eu sempre o amaria, sempre lembraria. Você será meu único parceiro."
(A Hospedeira - p.520)

Ja ne!
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